sábado, 22 de dezembro de 2007

Versão Final do Anteprojeto

2Título: A avaliação no processo da aprendizagem: O uso da prova como instrumento avaliativo em classe de 3ª série do ensino fundamental.


Justificativa:
O interesse em centrar esse estudo sobre a avaliação no processo da aprendizagem surgiu da necessidade de conhecer como acontecem as práticas avaliativas nas salas de 3ª série do ensino fundamental e como elas colaboram com o êxito ou fracasso escolar dos alunos.
Levando em conta meu histórico escolar e situações vividas e presenciadas na sala de aula, onde a avaliação selecionava e rotulava os melhores e os “menos capazes” da sala, medindo a capacidade do aluno através de suas notas e, sabendo agora que a avaliação vem sendo discutida a nível teórico por alguns autores, no entanto, as práticas de avaliação existentes na maioria das escolas continuam intocáveis, sem qualquer ação reflexiva que gere transformação.
Considerando a importância da avaliação e suas contribuições para o desenvolvimento do aluno e seu êxito ou o fracasso escolar, é que senti a necessidade de buscar, conhecer e analisar tais práticas avaliativas.
Sendo parte integrante do processo da aprendizagem a avaliação pode ser ferramenta importante em sala de aula, desde que o uso desse instrumento não seja só para quantificar resultados, já que, historicamente é sabido que as formas de avaliação estiveram ligadas a questões de caráter mais quantitativo do que qualitativo, ou seja, a preocupação excessiva com a nota, é exatamente o que acontece na maioria das vezes na aplicação das provas como instrumento avaliativo, o aluno passa a se preocupar em decorar o assunto para alcançar uma nota, esse momento não deve ser tratado como um acerto de contas.

Na verdade, acompanhando esta prática, percebemos que este ‘estudo’ é fictício, pois tem uma intencionalidade enviesada, uma vez que o aluno não está se dirigindo ao objeto para compreendê-lo nas suas múltiplas e complexas relações, mas normalmente está buscando uma estratégia para obter a nota, sendo muito comum o recurso à memorização mecânica. Evidência disto é que, logo depois da prova, o aluno ‘esquece’ quase tudo. (vasconcellos, 1956;141).

Portanto, precisa-se buscar caminhos que efetivamente mobilizem o educador para uma modificação de sua ação, propondo e construindo com eles um processo coeso, contínuo, onde o desenvolvimento da aprendizagem realmente possa integrar a avaliação, formando uma proposta de ação educativa coerente.
Temos percebido projetos interessantes desenvolvidos nas escolas, mas com práticas avaliativas que não traduzem os avanços dos trabalhos pedagógicos realizados. Analisando as propostas pedagógicas e os planos escolares, pode-se afirmar que esse conceito de processo de avaliação encontra-se presente na maioria deles. A aplicação da prova como instrumento avaliativo deve ser visto como o momento em que o aluno realmente aprende, um momento privilegiado e não um instrumento de pressão para obrigar o aluno a estudar ou ate mesmo uma cobrança de conteúdos.
“A avaliação da aprendizagem é angustiante para muitos professores por não saber como transforma-la num processo que não seja uma mera cobrança de conteúdos aprendidos “de cor” de forma mecânica e sem muito significado para o aluno.” (MORETTO, 2005; 93)

Surgem então, questões pertinentes que nos inquietam devido à complexidade que possui a sistemática do processo avaliativo, como por exemplo: Em que a prova tem contribuído para o processo de aprendizagem em salas de 3ª séries no ensino fundamental? A avaliação pode ser um canal de transformação do educando? Como se dão os processos avaliativos?
A sistemática da avaliação escolar, apesar de estar inserida no processo de ensino-aprendizagem, ainda se processa de maneira mais quantitativa, valorizando a atribuição de notas e conceitos pré-definidos, estamos em um momento histórico onde se valoriza a seletividade, o desempenho classificatório, utilizando notas obtidas como processo de construção de aprendizagem do indivíduo.
Os processos de avaliação e suas necessidades de mudanças há muito tempo vem sendo discutido por vários autores como: Cipriano C. Luckesi, Celso dos S. Vasconcellos, Pedro Demo, Jussara Hoffmann, entre outros.
Segundo Vasconcellos, a tarefa do educador não é ficar discutindo aprovação-reprovacão e sim aprendizagem efetiva, desenvolvimento humano, onde todo ser humano é capaz de aprender, se não está sendo, tem que ser ajudado e não rotulado ou excluído.
Entretanto, após as observações feitas nas salas de aula de 3ª séries do ensino fundamental, observei as dificuldades dos educadores em buscarem inovações em relação à prática avaliativa em prol do desenvolvimento do educando.

Objetivo geral: Obter conhecimentos através de pesquisa dos processos relativos à sistemática da avaliação, buscando conhecer a sua relação para com o desempenho ou êxito escolar do aluno.

Objetivo específico: compreender como os processos avaliativos, acontecem e sua contribuição no êxito ou no fracasso escolar do aluno.

Referencial teórico:
Cipriano Carlos Luckesi faz várias críticas ao atual sistema liberal conservador, colocando que o processo avaliativo utilizado hoje está obrigatoriamente a serviço de uma pedagogia dominante, é o que ele define como “autoritarismo da avaliação” onde a sistemática da avaliação utilizada nos processos de ensino aprendizagem tem cada vez mais contribuído para a manutenção da sociedade liberal conservadora. O autor enfatiza a prática da avaliação escolar como um ato puramente classificatório e seletivo e não um “diagnóstico” que deveria ser constitutivamente.
Luckesi analisa que a prática dos exames escolares tem por objetivo julgar, aprovar ou reprovar. Pais, educadores e estudantes têm suas atenções voltadas para os resultados das provas e certificações. Assim, o medo, a ansiedade e a tensão, costumam fazer parte do clima da sala de aula, ele ressalta que a atual prática de avaliação escolar tem estado contra a democratização do ensino, na medida em que ela não tem colaborado para a permanência do aluno na escola.
O autor considera ainda o ato de avaliar como um “ato de amor”, que devido as nossas experiências histórico-sociais e pessoais temos muitas vezes dificuldades em compreendê-lo e praticá-lo, mas que o convite a esta prática se estende a todos educadores, mostrando que a avaliação escolar deve consistir, portanto, não em classificação ou seleção, mas em diagnosticar os avanços da aprendizagem, permitindo identificar o ponto de partida para novas ações em relação o ensino-aprendizagem.

...os sistemas de exames, com suas conseqüências em termo de notas e suas manipulações, polarizam a todos... De fato, a nossa prática educativa se pauta por uma “pedagogia do exame”. Se os alunos estão indo bem nas provas e obtém boas notas, o mais vai...(Luckesi, 2001;21)

A avaliação, segundo este autor, não deve ser uma ação puramente mecânica e em prol do sistema social vigente, mas uma atividade racionalmente definida, dentro de um encaminhamento político e decisório a favor da competência de todos para a participação democrática da vida em sociedade.
A professora e escritora Jussara Hoffmann por sua vez, em se livro Avaliação na pré-escola, 1996 procura alertar os educadores, enfatizando que a atribuição de notas e médias aos alunos adquiria uma função meramente classificatória, destacando entre os educandos quem é melhor.
Tendo como a finalidade dos processos educativos tornarem os alunos competitivos diante de uma sociedade cada vez mais seletiva, a autora a partir de uma avaliação voltada para a observação individual do educando relata os progressos e os seus regressos, utilizando-se de relatórios que ultrapassem a função burocrática das instituições escolares e que possam expressar com objetividade e riqueza de significados os processos vivenciados por educadores e educandos.
A autora defende a ampliação de experiência em avaliação mediadora que possibilite a conquista de novas parcerias que defendam a mediação entre professores e alunos também no que diz respeito à avaliação, ela enfatiza que o significado da avaliação mediadora está centrado em prestar total atenção ao educando ou mesmo como relata a autora “pega no pé” do aluno mesmo, insistindo em conhecê-lo melhor, buscando um diálogo constante.

Há diferentes maneiras de o aluno compreender o professor, a matéria, o que a escola lhe pede, há diferentes maneiras de o professor compreender o aluno pelo seu maior ou menor domínio em determinadas áreas... é preciso observar e refletir. (Hoffmann, 2003;68)

Considerando necessárias as mudanças nas práticas avaliativas, a autora questiona que um dos maiores entraves é a resistência à mudança nessas práticas por parte dos educadores e pais de alunos, que muitas vezes valorizam demasiadamente os processos quantitativos em detrimento dos qualitativos.
Já Celso dos S. Vasconcellos em seu livro A avaliação da aprendizagem: Práticas de mudança – Por uma práxis transformadora, a avaliação da aprendizagem ganhou ênfase na década de 60 em função do avanço da reflexão crítica que aponta os enormes estragos da prática classificatória e excludente: os índices de reprovação e evasão escolar. Mais recentemente, a avaliação está em pauta no sentido de reverter este quadro de fracasso escolar.

Para mudar a avaliação não basta articular um discurso novo, não adianta ter uma nova concepção e continuar com práticas arcaicas. O que altera a realidade é a ação e não as elucubrações mentais; é através de sua atividade que o sujeito deixa sua marca no mundo. (Vasconcellos, 1956;25)

Portanto, pode-se observar que não se pode atribuir o fracasso escolar do educando exclusivamente a ele, sem questionar a prática avaliativa dos educadores envolvidos no processo avaliativo.


Metodologia:
Será feita uma abordagem qualitativa que tem características não estruturadas, é rica em contexto e enfatiza as interações visando à coleta de informações.
Buscando conhecer como se processa a sistemática da avaliação no ensino aprendizagem e suas contribuições, ou mesmo os impasses para a construção do saber do educando, será utilizada uma análise das práticas dos professores a respeito da avaliação no espaço da sala de aula, partindo para um trabalho de campo através do contato com o objeto de pesquisa, aproximando desta forma, a temática abordada a um contexto real da práxis.
A pesquisa de campo será realizada em salas de 3ª séries do ensino fundamental, tendo como sujeito de pesquisa os alunos e professores. Quanto às atividades a serem desenvolvidas, será feita observação em sala de aula, leitura do planejamento e da avaliação, entrevistas ou questionários aplicados aos educadores tendo como finalidade à coleta de dados, observação e acompanhamento aos alunos que na visão do educador não obteve o êxito escolar pretendido.






Referências:
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudo de proposições. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação da Aprendizagem: práticas de mudança por uma práxis transformadora. 5. ed. São Paulo: Libertad, 2003.

HOFFMANN, J. Avaliação na Pré-escola: Um olhar sensível e reflexível sobre a criança. Porto Alegre: ed. Mediação, 1996.

MORETTO, Vasco Pedro. Prova – um momento privilegiado de estudo – não um acerto de contas. 6. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Anteprojeto em andamento....

Tema: A avaliação dentro do processo da aprendizagem

Título: O uso da prova como instrumento avaliativo em classe de 3ª série do ensino fundamental.

Questão:
Em que a prova tem contribuído para o processo de aprendizagem em salas de 3ª séries no ensino fundamental?

Objetivo geral: Aprofundar conhecimentos através de pesquisa dos processos relativos à sistemática da avaliação, buscando conhecer a sua relação para com o desempenho ou êxito escolar do aluno.

Objetivo específico: compreender como os processos avaliativos, acontecem e sua contribuição no êxito ou no fracasso escolar do aluno.

Justificativa:
O interesse em centrar esse estudo surgiu da necessidade de conhecer como acontecem as práticas avaliativas nas salas de 3ª série do ensino fundamental e como elas colaboram com o êxito ou fracasso escolar dos alunos.
Levando em conta meu histórico escolar e situações vividas e presenciadas na sala de aula, onde a avaliação selecionava e rotulava os melhores e os “menos capazes” da sala, medindo a capacidade do aluno através de suas notas e, sabendo agora que a avaliação vem sendo discutida a nível teórico por alguns autores, no entanto, as práticas de avaliação existentes na maioria das escolas continuam intocáveis, sem qualquer ação reflexiva que gere transformação.
Considerando a importância da avaliação e suas contribuições para o desenvolvimento do aluno e seu êxito ou o fracasso escolar, é que senti a necessidade de buscar, conhecer e analisar tais práticas avaliativas.
Sendo parte integrante do processo ensino-aprendizagem a avaliação pode ser ferramenta importante em sala de aula, desde que o uso desse instrumento não seja só para quantificar resultados, já que, historicamente é sabido que as formas de avaliação estiveram ligadas a questões de caráter mais quantitativos do que qualitativos, ou seja, a preocupação excessiva com a nota, é exatamente o que acontece na maioria das vezes na aplicação das provas como instrumento avaliativo, o aluno passa a se preocupar em decorar o assunto para alcançar uma nota.

Na verdade, acompanhando esta prática, percebemos que este ‘estudo’ é fictício, pois tem uma intencionalidade enviesada, uma vez que o aluno não está se dirigindo ao objeto para compreendê-lo nas suas múltiplas e complexas relações, mas normalmente está buscando uma estratégia para obter a nota, sendo muito comum o recurso à memorização mecânica. Evidência disto é que, logo depois da prova, o aluno ‘esquece’ quase tudo. (vasconcellos, 1956:141).

Portanto, precisamos buscar caminhos que efetivamente mobilizem o educador para uma modificação de sua ação, propondo e construindo com eles um processo coeso, contínuo, onde o processo ensino-aprendizagem realmente possa integrar a avaliação, formando uma proposta de ação educativa coerente.
Temos percebido projetos interessantes desenvolvidos nas escolas, mas com práticas avaliativas que não traduzem os avanços dos trabalhos pedagógicos realizados. Analisando as propostas pedagógicas e os planos escolares, pode-se afirmar que esse conceito de processo de avaliação encontra-se presente na maioria deles.
Surgem então, questões pertinentes que nos inquietam devido a complexidade que possui a sistemática do processo avaliativo, como por exemplo: quais os efeitos que a prova tem causado em salas de 3ª séries do ensino fundamental? A avaliação pode ser um canal de transformação do educando? Como se dão os processos avaliativos?
A sistemática da avaliação escolar, apesar de estar inserida no processo de ensino-aprendizagem, ainda se processa de maneira mais quantitativa, valorizando a atribuição de notas e conceitos pré-definidos, estamos em um momento histórico onde se valoriza a seletividade, o desempenho classificatório, utilizando notas obtidas como processo de construção de aprendizagem do indivíduo.
Os processos de avaliação e suas necessidades de mudanças há muito tempo vem sendo discutido por vários autores como: Cipriano C. Luckesi, Celso dos S. Vasconcellos, Pedro Demo, Jussara Hoffmann, entre outros.
Segundo Vasconcellos, a tarefa do educador não é ficar discutindo aprovação-reprovacão e sim aprendizagem efetiva, desenvolvimento humano, onde todo ser humano é capaz de aprender, se não está sendo, tem que ser ajudado e não rotulado ou excluído.
Entretanto, após as observações feitas nas salas de aula de 3ª séries do ensino fundamental, nós observamos as dificuldades dos educadores em buscarem inovações em relação à prática avaliativa em prol do desenvolvimento do educando.

Discurso teórico:
Cipriano Carlos Luckesi faz várias críticas ao atual sistema liberal conservador, colocando que o processo avaliativo utilizado hoje está obrigatoriamente a serviço de uma pedagogia dominante, é o que ele define como “autoritarismo da avaliação” onde a sistemática da avaliação utilizada nos processos de ensino aprendizagem tem cada vez mais contribuído para a manutenção da sociedade liberal conservadora. O autor enfatiza a prática da avaliação escolar como um ato puramente classificatório e seletivo e não um “diagnóstico” que deveria ser constitutivamente.
Luckesi analisa que a prática dos exames escolares tem por objetivo julgar, aprovar ou reprovar. Pais, educadores e estudantes têm suas atenções voltadas para os resultados das provas e certificações. Assim, o medo, a ansiedade e a tensão, costumam fazer parte do clima da sala de aula, ele ressalta que a atual prática de avaliação escolar tem estado contra a democratização do ensino, na medida em que ela não tem colaborado para a permanência do aluno na escola.
O autor considera ainda o ato de avaliar como um “ato de amor”, que devido as nossas experiências histórico-sociais e pessoais temos muitas vezes dificuldades em compreendê-lo e praticá-lo, mas que o convite a esta prática se estende a todos nós educadores, mostrando que a avaliação escolar deve consistir, portanto, não em classificação ou seleção, mas em diagnosticar os avanços da aprendizagem, permitindo identificar o ponto de partida para novas ações em relação o ensino-aprendizagem.

...os sistemas de exames, com suas conseqüências em termo de notas e suas manipulações, polarizam a todos... De fato, a nossa prática educativa se pauta por uma “pedagogia do exame”. Se os alunos estão indo bem nas provas e obtém boas notas, o mais vai...(Luckesi, 2001:21)

A avaliação, segundo este autor, não deve ser uma ação puramente mecânica e em prol do sistema social vigente, mas uma atividade racionalmente definida, dentro de um encaminhamento político e decisório a favor da competência de todos para a participação democrática da vida em sociedade.
A professora e escritora Jussara Hoffmann por sua vez, em se livro Avaliação na pré-escola, 1996 procura alertar os educadores, enfatizando que a atribuição de notas e médias aos alunos adquiria uma função meramente classificatória. Destacando entre os educandos quem é melhor.
Tendo como a finalidade dos processos educativos tornarem os alunos competitivos diante de uma sociedade cada vez mais seletiva, a autora a partir de uma avaliação voltada para a observação individual do educando relata os progressos e os seus regressos, utilizando-se de relatórios que ultrapassem a função burocrática das instituições escolares e que possam expressar com objetividade e riqueza de significados os processos vivenciados por educadores e educandos.
A autora defende a ampliação de experiência em avaliação mediadora que possibilite a conquista de novas parcerias que defendam a mediação entre professores e alunos também no que diz respeito à avaliação, ela enfatiza que o significado da avaliação mediadora está centrado em prestar total atenção ao educando ou mesmo como relata a autora “pega no pé” do aluno mesmo, insistindo em conhecê-lo melhor, buscando um diálogo constante.

Há diferentes maneiras de o aluno compreender o professor, a matéria, o que a escola lhe pede, há diferentes maneiras de o professor compreender o aluno pelo seu maior ou menor domínio em determinadas áreas... é preciso observar e refletir. (Hoffmann, 2003:68)

Considerando necessárias as mudanças nas práticas avaliativas, a autora questiona que um dos maiores entraves é a resistência à mudança nessas práticas por parte dos educadores e pais de alunos, que muitas vezes valorizam demasiadamente os processos quantitativos em detrimento dos qualitativos.
Já Celso dos S. Vasconcellos em seu livro A avaliação da aprendizagem: Práticas de mudança – Por uma práxis transformadora, a avaliação da aprendizagem ganhou ênfase na década de 60 em função do avanço da reflexão crítica que aponta os enormes estragos da prática classificatória e excludente: os índices de reprovação e evasão escolar. Mais recentemente, a avaliação está em pauta no sentido de reverter este quadro de fracasso escolar.

Para mudar a avaliação não basta articular um discurso novo, não adianta ter uma nova concepção e continuar com práticas arcaicas. O que altera a realidade é a ação e não as elucubrações mentais; é através de sua atividade que o sujeito deixa sua marca no mundo. (Vasconcellos, 1956:25)

Portanto, podemos observar que não se pode atribuir o fracasso escolar do educando exclusivamente a ele, sem questionar a prática avaliativa dos educadores envolvidos no processo avaliativo.


Metodologia:
Será feita uma abordagem qualitativa que tem características não estruturadas, é rica em contexto e enfatiza as interações visando à coleta de informações.
Buscando conhecer como se processa a sistemática da avaliação no ensino aprendizagem e suas contribuições, ou mesmo os impasses para a construção do saber do educando, utilizarei a análise das práticas dos professores a respeito da avaliação no espaço da sala de aula, partindo para um trabalho de campo através do contato com o objeto de pesquisa, aproximando desta forma, a temática abordada a um contexto real da práxis.
A pesquisa de campo será realizada em salas de 3ª séries do ensino fundamental, tendo como sujeito de pesquisa os alunos e professores. Quanto às atividades a serem desenvolvidas, farei observação em sala de aula, leitura do planejamento e da avaliação, entrevistas ou questionários aplicados aos educadores tendo como finalidade à coleta de dados, observação e acompanhamento aos alunos que na visão do educador não obteve o êxito escolar pretendido.




Referências:
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudo de proposições. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação da Aprendizagem: práticas de mudança por uma práxis transformadora. 5. ed. São Paulo: Libertad, 2003.

HOFFMANN, J. Avaliação na Pré-escola: Um olhar sensível e reflexível sobre a criança. Porto Alegre: ed. Mediação, 1996.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Texto do PPP

Tema Geral: A avaliação dentro do processo ensino-aprendizagem

Tema específico: O uso da prova como instrumento avaliativo em classes de 3ª e 4ª séries no ensino fundamental.

Justificativa:

O interesse em centrar esse estudo surgiu da necessidade de conhecer como acontecem as práticas avaliativas nas salas de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental e como elas colaboram com o êxito ou fracasso escolar dos alunos.

Levando em conta meu histórico escolar e situações vividas e presenciadas na sala de aula, onde a avaliação selecionava e rotulava os melhores e os “menos capazes” da sala, medindo a capacidade do aluno através de suas notas e, sabendo agora que a avaliação vem sendo discutida a nível teórico por alguns autores, no entanto, as práticas de avaliação existentes na maioria das escolas continuam intocáveis, sem qualquer ação reflexiva que gere transformação.

Considerando a importância da avaliação e suas contribuições para o desenvolvimento do aluno e seu êxito ou o fracasso escolar, é que senti a necessidade de buscar, conhecer e analisar tais práticas avaliativas.

Sendo parte integrante do processo ensino-aprendizagem a avaliação pode ser ferramenta importante em sala de aula, desde que o uso desse instrumento não seja só para quantificar resultados, já que, historicamente é sabido que as formas de avaliação estiveram ligadas a questões de caráter mais quantitativos do que qualitativos, ou seja, a preocupação excessiva com a nota, é exatamente o que acontece na maioria das vezes na aplicação das provas como instrumento avaliativo, o aluno passa a se preocupar em decorar o assunto para alcançar uma nota.

Na verdade, acompanhando esta prática, percebemos que este ‘estudo’ é fictício, pois tem uma intencionalidade enviesada, uma vez que o aluno não está se dirigindo ao objeto para compreendê-lo nas suas múltiplas e complexas relações, mas normalmente está buscando uma estratégia para obter a nota, sendo muito comum o recurso à memorização mecânica. Evidência disto é que, logo depois da prova, o aluno ‘esquece’ quase tudo. (VASCONCELLOS, 1956:141).

Portanto, precisamos buscar caminhos que efetivamente mobilizem o educador para uma modificação de sua ação, propondo e construindo com eles um processo coeso, contínuo, onde o processo ensino-aprendizagem realmente possa integrar a avaliação, formando uma proposta de ação educativa coerente.

Problema:

Em que a prova tem contribuído para o processo de aprendizagem em salas de 3ª e 4ª séries no ensino fundamental?

Problemática:

Temos percebido projetos interessantes desenvolvidos nas escolas, mas com práticas avaliativas que não traduzem os avanços dos trabalhos pedagógicos realizados. Analisando as propostas pedagógicas e os planos escolares, pode-se afirmar que esse conceito de processo de avaliação encontra-se presente na maioria deles.

Surgem então, questões pertinentes que nos inquietam devido a complexidade que possui a sistemática do processo avaliativo, como por exemplo: quais os efeitos que a prova tem causado em salas de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental? A avaliação pode ser um canal de transformação do educando? Como se dão os processos avaliativos?

A sistemática da avaliação escolar, apesar de estar inserida no processo de ensino-aprendizagem, ainda se processa de maneira mais quantitativa, valorizando a atribuição de notas e conceitos pré-definidos, estamos em um momento histórico onde se valoriza a seletividade, o desempenho classificatório, utilizando notas obtidas como processo de construção de aprendizagem do indivíduo.

Os processos de avaliação e suas necessidades de mudanças há muito tempo vem sendo discutido por vários autores como: Cipriano C. Luckesi, Celso dos S. Vasconcellos, Pedro Demo, entre outros.

Segundo Vasconcellos, a tarefa do educador não é ficar discutindo aprovação-reprovacão e sim aprendizagem efetiva, desenvolvimento humano, onde todo ser humano é capaz de aprender, se não está sendo, tem que ser ajudado e não rotulado ou excluído.

Entretanto, após as observações feitas nas salas de aula de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental, nós observamos as dificuldades dos educadores em buscarem inovações em relação à prática avaliativa em prol do desenvolvimento do educando.

Fundamentação Teórica:

Cipriano Carlos Luckesi faz várias críticas ao atual sistema liberal conservador, colocando que o processo avaliativo utilizado hoje está obrigatoriamente a serviço de uma pedagogia dominante, é o que ele define como “autoritarismo da avaliação” onde a sistemática da avaliação utilizada nos processos de ensino aprendizagem tem cada vez mais contribuído para a manutenção da sociedade liberal conservadora. O autor enfatiza a prática da avaliação escolar como um ato puramente classificatório e seletivo e não um “diagnóstico” que deveria ser constitutivamente.

Luckesi analisa que a prática dos exames escolares tem por objetivo julgar, aprovar ou reprovar. Pais, educadores e estudantes têm suas atenções voltadas para os resultados das provas e certificações. Assim, o medo, a ansiedade e a tensão, costumam fazer parte do clima da sala de aula, ele ressalta que a atual prática de avaliação escolar tem estado contra a democratização do ensino, na medida em que ela não tem colaborado para a permanência do aluno na escola.

O autor considera ainda o ato de avaliar como um “ato de amor”, que devido as nossas experiências histórico-sociais e pessoais temos muitas vezes dificuldades em compreendê-lo e praticá-lo, mas que o convite a esta prática se estende a todos nós educadores, mostrando que a avaliação escolar deve consistir, portanto, não em classificação ou seleção, mas em diagnosticar os avanços da aprendizagem, permitindo identificar o ponto de partida para novas ações em relação o ensino-aprendizagem.

...os sistemas de exames, com suas conseqüências em termo de notas e suas manipulações, polarizam a todos... De fato, a nossa prática educativa se pauta por uma “pedagogia do exame”. Se os alunos estão indo bem nas provas e obtém boas notas, o mais vai...(LUCKESI, 2001:21)

A avaliação, segundo este autor, não deve ser uma ação puramente mecânica e em prol do sistema social vigente, mas uma atividade racionalmente definida, dentro de um encaminhamento político e decisório a favor da competência de todos para a participação democrática da vida em sociedade.

A professora e escritora Jussara Hoffmann por sua vez, em se livro Avaliação na pré-escola, 1996 procura alertar os educadores, enfatizando que a atribuição de notas e médias aos alunos adquiria uma função meramente classificatória. Destacando entre os educandos quem é melhor.

Tendo como a finalidade dos processos educativos tornarem os alunos competitivos diante de uma sociedade cada vez mais seletiva, a autora a partir de uma avaliação voltada para a observação individual do educando relata os progressos e os seus regressos, utilizando-se de relatórios que ultrapassem a função burocrática das instituições escolares e que possam expressar com objetividade e riqueza de significados os processos vivenciados por educadores e educandos.

A autora defende a ampliação de experiência em avaliação mediadora que possibilite a conquista de novas parcerias que defendam a mediação entre professores e alunos também no que diz respeito à avaliação, ela enfatiza que o significado da avaliação mediadora está centrado em prestar total atenção ao educando ou mesmo como relata a autora “pega no pé” do aluno mesmo, insistindo em conhecê-lo melhor, buscando um diálogo constante.

Há diferentes maneiras de o aluno compreender o professor, a matéria, o que a escola lhe pede, há diferentes maneiras de o professor compreender o aluno pelo seu maior ou menor domínio em determinadas áreas... é preciso observar e refletir. (HOFFMANN, 2003:68)

Considerando necessárias as mudanças nas práticas avaliativas, a autora questiona que um dos maiores entrave é a resistência à mudança nessas práticas por parte dos educadores e pais de alunos, que muitas vezes valorizam demasiadamente os processos quantitativos em detrimento dos qualitativos.

Já Celso dos S. Vasconcellos em seu livro A avaliação da aprendizagem: Práticas de mudança – Por uma práxis transformadora, a avaliação da aprendizagem ganhou ênfase na década de 60 em função do avanço da reflexão crítica que aponta os enormes estragos da prática classificatória e excludente: os índices de reprovação e evasão escolar. Mais recentemente, a avaliação está em pauta no sentido de reverter este quadro de fracasso escolar.

Para mudar a avaliação não basta articular um discurso novo, não adianta ter uma nova concepção e continuar com práticas arcaicas. O que altera a realidade é a ação e não as elucubrações mentais; é através de sua atividade que o sujeito deixa sua marca no mundo. (VASCONCELLOS, 1956:25)

Portanto, podemos observar que não se pode atribuir o fracasso escolar do educando exclusivamente a ele, sem questionar a prática avaliativa dos educadores envolvidos no processo avaliativo.

Objetivo geral: Aprofundar conhecimentos através de pesquisa dos processos relativos à sistemática da avaliação, buscando conhecer a sua relação para com o desempenho ou êxito escolar do aluno.

Objetivo específico: compreender como os processos avaliativos, acontecem e sua contribuição no êxito ou no fracasso escolar do aluno

Perspectiva Metodológica:

Será feita uma abordagem qualitativa que tem características não estruturadas, é rica em contexto e enfatiza as interações visando à coleta de informações.

Buscando conhecer como se processa a sistemática da avaliação no ensino aprendizagem e suas contribuições, ou mesmo os impasses para a construção do saber do educando, utilizarei a analise das práticas dos professores a respeito da avaliação no espaço da sala de aula, partindo para um trabalho de campo através do contato com o objeto de pesquisa, aproximando desta forma, a temática abordada a um contexto real da práxis.

A pesquisa de campo será realizada em salas de 3ª e 4ª series do ensino fundamental, tendo como sujeito de pesquisa os alunos e professores. Quanto às atividades a serem desenvolvidas, farei observação em sala de aula, leitura do planejamento e da avaliação, entrevistas ou questionários aplicados aos educadores tendo como finalidade a coleta de dados, observação e acompanhamento aos alunos que na visão do educador não obteve o êxito escolar pretendido.

Referências:

LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudo de proposições. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação da Aprendizagem: práticas de mudança por uma práxis transformadora. 5. ed. São Paulo: Libertad, 2003.

HOFFMANN, J. Avaliação na Pré-escola: Um olhar sensível e reflexível sobre a criança. Porto Alegre: ed. Mediação, 1996.